Wednesday, May 27, 2009

A vida a 180... Munich e Praga

Saudações meus caros leitores e colegas!

É com muito prazer que venho a relatar-lhes mais um capítulo de minha passagem pelo continente europeu. Peço que não reparem na minguante eloquência de meus relatos... creio que o extenso tempo fora da pátria (9 meses a contar de minha partida para o Canada) já começou a afetar minha fluência na lingua portuguesa.

Os meses de Maio e Junho me agraciaram com diversos feriados e, uma vez que me encontro a cerca de 7000km da pátria, nada mais justo e natural do que utilizar estes breves momentos de sossego para viajar e conhecer as fabulosas terras do Velho Mundo.
Seguindo este princípio, resolvemos partir eu, dois colegas brasileiros e um keniano de viagem pelas terras européias. Eis que no dia 20 de Maio, alugamos um carro e partimos de Bonn as cerca de 7 da noite. O destino? A cidade de Praga, capital da Republica Checa, mas não sem antes passar uns dias na fantástica cidade de Munich, capital mundial da cerveja e berço do partido nazista.

Foi nesta viagem que tive o prazer de dirigir pela primeira vez nas famosas "Autobahn". Devo confessar-lhes que a fama das estradas é um tanto quanto exagerada, uma vez que sua qualidade não supera a das estradas paulistas como a Anhanguera e fica até mesmo atrás da majestosa Bandeirantes. Independentemente disto, a ausência de limites de velocidade fazem da experiência um tanto quanto memorável, uma vez que a média dos carros beira os 180km/h, fato que estranhamente não acarreta em acidentes (nos quase 2000km que percorri, não vi sequer um).
Chegamos a Munich às cerca de 2 da manha da quinta-feira. Auxiliados por "Maria" (como carinhosamente apelidamos nosso GPS), estacionamos nosso Audi num dos pontos centrais da cidade e fomos imediatamente para a "KultFabrik". Não encontro expressão melhor para definir o lugar do que um "Parque de Diversões Adulto". Com um ingresso de € 10, ganha-se entrada para uma praça com dezenas de bares e casas noturnas, 90% das quais inclusas no pacote. Infelizmente não pudemos curtir a totalidade desta inovacão em diversão noturna pois, já sendo cerca de 2:30 da manha, optamos por entrar não adquirir o "ingresso do parque" e ficamos em um dos bares que oferecia entrada grátis para aquela noite. A casa noturna (chamada Americanos) também estava muito animada de forma que nos divertimos consideravelmente até as 6 da manha.
Após um cochilo de 2 horas em nosso amado automóvel, pusemo-nos de pé e dirigimo-nos para a Marienplatz, a praça central de Munich. De lá partiria as 10 da manha uma iniciativa muito interessante e extremamente inovadora, o Free Tour. É isso mesmo, liderados por 3 jovens ingleses, andamos pelos principais pontos turísticos da cidade por cerca de 4 horas.

Munich é mundialmente famosa por duas coisas: Hilter e Cerveja. Foi nesta cidade que nasceu o partido nazista alemão e também onde a este partido Hitler se filiou e construiu sua tenebrosa carreira. A cidade está cercada de pontos que lembram a história do terceiro Reich como a rua onde Hitler tentou pela primeira vez uma revolução contra o governo alemão (tentativa que lhe rendeu alguns meses de prisão e o livro "Mein Kampf"), ou o escritório onde exclamou seu ódio ao povo judeu, incitando seus companheiros a quebrar os estabelecimentos judaicos, fato que resultou na noite conhecida como "Kristallnacht" (hoje o escritório abriga um museu de brinquedos).
Embora a fama de Hitler e do governo Nazista prevaleça, a cidade é muito antiga e abriga eventos históricos que remontam ao século XI, quando apenas monges habitavam a região, e nela produziam as mais apreciadas cervejas (o nome da cidade, München, deriva da palavra alemã Mönch, literalmente monge).
Após cerca de 4 horas caminhando pela cidade e conhecendo seus muitos pontos turísticos, estávamos todos hávidos por apreciar aquela que talvez seja a mais famosa cerveja do globo. Assim sendo, fomos para um Biergarten (um ambiente ao ar livre destinado ao consumo de cerveja), um dos maiores da cidades. O local, localizado dentro de um grande parque municipal, estava abarrotado com literalmente milhares de pessoas, tomando cerveja em grandes canecas ao estilo "Oktober Fest". Sentamo-nos em uma das mesas (ao lado de duas belas alemãs que se mostraram ser também muito simpáticas) e ingerimos cerca de 4 "copos" de cerveja cada (cada um contendo um litro de cerveja). Após tal empreitada, nos dirigimos novamente (desta vez um tanto quanto mais leves e desontraídos) para o centro da cidade, afim de comprar alguns souvenirs e, posteriormente, nos prepararmos para mais uma noitada em Munich!
Nossa segunda noite em Munich foi muito parecida com a primeira, de modo que não gasterei muitas palavras em relatá-la. Na manha seguinte, após algumas horas dormindo no carro, demos a partida e partimos em direção à Praga! Mais uma etapa da viagem que começava...
Após cerca de 6 horas de viagem, chegamos à Praga às cerca de 8 da noite da sexta-feira. Tendo passado as duas ultimas noites no carro e precisando um tanto quanto desesperadamente de um banho, resolvemos procurar por um Albergue para relaxar um pouco antes de começar a curtir esta intensa cidade. A missão se mostrou muito mais difícil do que haviamos imaginado... Devido ao feriado, a cidade estava abarrotada de turistas que haviam lotado todos os albergues. Após muito rodar (um tanto quanto às cegas uma vez que Maria possuia um conhecimento tão profundo das terras checas), acabamos por encontrar uma pensão onde ainda haviam vagas. As duas da manha, estavamos alojados em nossa nova morada e, estando um tanto quanto exaustos da viagem, optamos por deixar a noitada em Praga para o sábado.
No dia seguinte pusémos de pé as cerca de 9 da manha e, após um nutritivo café da manha, dirigimo-nos para a área central de Praga, visando mais uma vez participar do "Free Tour". O tour começou as 10:30 da manha, andamos por toda a área central da cidade ouvindo toda sorte de relatos e histórias sobe o local. Praga é uma cidade muito antiga, embora tenha sido fundada no século IX, há registros de povoamentos no local que datam desde o ano 5000 a.c. Durante sua história, os checos (e Praga consequentemente) foram dominados por diversas nações, tendo pertencido ao reino da Bohemia, ao império austríaco, à alemanha nazista e a URSS. A República Tcheca só conquistou sua independência no ano e 1992. A cidade de Praga também participou de numerosas disputas entre católicos e protestantes, tendo sido palco importante na Guerra dos 30 Anos (período em que a cidade foi ocupada por saxões e suecos).
Após fazermos nosso tour em Praga, ficamos perambulando pela cidade, apreciando e boa e saborosa cerveja e adquirindo algumas lembranças... À noite, voltamos ao albergue para nos preparar para as famosas baladas de Praga. Optamos por um local à beira do rio, perto da famosa "Charles Brigde" (a ponte mais velha da Europa). A boate realmente surpreendeu a todos nós... nunca em minha vida havia visto algo parecido com o que estou prestes a relatar-lhes... O prédio tinha cinco andares, ligados por escadas e um elevador. Em cada um deles, dois ambientes, ambos abrigando um bar. Em um dos lados de cada andar havia uma sala com diversos sofás e algumas mesas, no outro lado, uma pista de dança, grande o suficiente para pelo menos 500 pessoas com musica de boníssima qualidade. Literalmente, cada andar era uma balada por si só, fazendo do local como um todo algo como um shopping center noturno, com milhares de pessoas, 5 opçoes de musica e cerca de 10 ambientes. Tudo isso pelo preço módico de 150 coroas checas (cerca de 15 reais) deixando o cenário de baladas paulistanas no chinelo! Nos divertimos neste intenso shopping center até as 6 da manha e entao voltamos para nosso albergue de onde, cerca de 6 horas mais tarde, partíamos rumo a Bonn, para mais uma semana na Alemanha.
Praga e Munich foram sem dúvida duas das cidades mais interessantes que já conheci. Além de um rico passado histórico, ambas abrigam uma intensa vida noturna e povos abertos e receptivos. Além dos locais em sí, a experiência de alugar um carro e viajar com amigos sem planos bem definidos foi muito interessante. Recomendo a todos os que um dia vierem a se aventurar pelo continente europeu a fazerem algo semelhante... Sem duvida, a experiência compensa!
E assim me dispeço de vocês meus colegas... a próxima parada é Berlin! Um forte abraço e até lá!

2 comments:

Jode said...

legal que em Paris as pessoas tiram foto com camiseta, enquanto no Brasil eu comento com pelo menos 3 blusas. ahahha SÓ por causa diso, Paris seria uma boa viu? ahhahahaha

saudades fabones!!

bjos

Fernando said...

Fabão, cuidado com os armários ai!!

Abração!